quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tenho pensado mais em mim.
Tentado colocar minhas coisas no lugar, afugentar alguns medos bobos e preservar os que me mantem, de alguma forma, segura. Tenho usado os tempos vagos ( que são poucos) para refletir, pois chega um momento na vida em que você precisa fazer um balanço dos sonhos, realizações e perspectivas ou então tudo toma um rumo errado e vazio. Tenho buscado me perdoar primeiro pra depois perdoar os erros alheios, não se pode concertar nem esquecer os erros dos outros quando se gasta alma com mágoas. 
Tenho ouvido muitas coisas nesses últimos dias, inclusive o poeta. Pois por mais que o tempo passe ele nunca perderá o brilho. 

O tempo não pára e a gente ainda passa correndo
 eu fiquei aqui, tentando agarrar o que eu puder

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tenho feito postagens curtas nos últimos tempos.
Não por falta do que escrever não, afinal de contas "incerteza traz inspiração". O que tem me faltado mesmo é tempo, e pra tudo. As horas tem me abandonado de maneira vertiginosa sem levar com elas o que dói.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A vida é feita de ilusões. Ai de quem disser que é mentira!
Você se cerca de expectativas e vive dia após dia sem saber em que momento elas se transformarão em pó.
O pior é que o golpe certeiro, a punhalada fatal...essa vem quando você menos espera.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

inexplicável

Tem dias em que parece que algo invisível e ponte-agudo nos faz um enorme buraco no peito. Não sei explicar bem o que é, nem mesmo de onde vem, mas é uma dor que leva à delirar, inexplicável. A verdade é que, se soubéssemos do que se trata daríamos um jeito de ficar bem longe disso. Mais uma vez, é a ignorância o que mata.

sábado, 7 de julho de 2012

As pessoas são tão previsíveis. Agem sempre da mesma forma, deixando sempre as mesmas marcas e cometendo sempre as mesmas falhas. Quando dizemos que todos aprendem com os erros é mentira. Todos erram, mas poucos usam isso como aprendizado. Com o tempo você vai percebendo que cada um escolhe sempre o mesmo tipo de gente pra se cercar. E esse tipo é o que convém mas, não é, necessariamente, o que se deseja!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Pra vocês

Hoje o post vai ser especial para uns amigos meus que estão num momento singular da vida. Por isso escolhi um texto do insubistituível Carlos Drummond de Andrade. Porque eu bem sei que há momentos na vida em que nada parece fazer sentido e que as coisas parecem, definitivamente, não se encaixarem. É nesses momentos que o melhor a fazer é não pensar nem agir, é simplesmente esperar que a vida aponte o rumo certo a se tomar. Então, pra vocês o meu apoio hoje e sempre, sei que uns precisam dele mais do que os outros mas não tem problema, estou aqui para distribui-lo na medida certa.

(Especial pra Thata, Vini e Alef )

TORCER

Mesmo antes de nascer, já tinha alguém torcendo por você.

Tinha gente que torcia para você ser menino.
Outros torciam para você ser menina.
Torciam para você puxar a beleza da mãe, o bom humor do pai.
Estavam torcendo para você nascer perfeito.
Daí continuaram torcendo.
Torceram pelo seu primeiro sorriso,
pela primeira palavra , pelo primeiro passo.

O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida.
E de tanto torcerem por você, você aprendeu a torcer.
Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel.
Torcia o nariz para o quiabo e a escarola.
Mas torcia por hambúrguer e refrigerante.
Começou a torcer até para um time.
Provavelmente, nesse dia, você descobriu
que tem gente que torce diferente de você.

Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho,
escovar os dentes, estudar inglês e piano.

Eles só estavam torcendo para você ser uma pessoa bacana.
Seus amigos torciam para você usar brinco, cabular aula, falar palavrão.
Eles também estavam torcendo para você ser bacana.
Nessas horas, você só torcia para não ter nascido.
E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido.
Torceu para seus irmãos se ferrarem, torceu para o mundo explodir.
E quando os hormônios começaram a torcer,
torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso.
Depois começou a torcer pela sua liberdade.
Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua.
Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.
Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã,

para as idéias dos professores e para qualquer opinião dos seus pais.
Todo mundo queria era torcer o seu pescoço.
Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro.
Torceu para ser médico, músico, advogado.

Na dúvida, torceu para ser físico nuclear ou jogador de futebol.
Seus pais torciam para passar logo essa fase.
No dia do vestibular, uma grande torcida se formou.
Pais, avós, vizinhos, namoradas e todos os santos torceram por você.

Na faculdade, então, era torcida pra todo lado.
Para a direita, esquerda, contra a corrupção,
a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.

E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo de tanto olhar para ela.
Primeiro, torceu para ela não ter outro.
Torceu para ela não te achar muito baixo,
muito alto, muito gordo, muito magro.

Descobriu que ela torcia igual a você.
E de repente vocês estavam torcendo para não acordar desse sonho.
Torceram para ganhar a geladeira, o microondas
e a grana para a viagem de lua-de-mel.

E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida.
Porque, mesmo antes do seu filho nascer,
já tinha muita gente torcendo por ele.

Mesmo com toda essa torcida, pode ser que você ainda não tenha conquistado algumas coisas. Mas muita gente ainda torce por você!
Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa), mas a poesia (inexplicável) da vida.'

(Carlos Drummond de Andrade)